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Especial SP

Leia a sinopse do enredo “BASTA” da Gaviões da Fiel

ABERTURA – Desumanidade

A sociedade em que vivemos é desigual e injusta. À margem da ética e da fraternidade, o mundo se divide entre os que se consideram superiores e os inferiorizados, entre patrões e empregados. Alguns insensíveis esbanjam suas fortunas, enquanto milhares trabalham até a exaustão ou morrem de fome. Toda essa riqueza é fruto do sangue e do suor de incansáveis trabalhadores, que, dia a dia, se entregam a impiedosas jornadas de exploração e desrespeito.

SETOR 1 – Pelo fim da tirania

Sempre existiram os ricos e os pobres, os algozes e suas vítimas. Nefastos imperadores e inquisidores impiedosos condenaram à morte todos que se recusaram a se submeter ao poder absoluto. Usurpadores de terras dizimaram populações pacíficas, na sede de suas conquistas. Senhores de engenho lavraram seus domínios, com a força e o sangue do trabalho escravizado. Soberanos covardes e ditadores facínoras obtiveram suas glórias, espalhando o terror e a intolerância. Exploraram os mais pobres, escravizaram e assassinaram milhares de inocentes, destruíram futuros, mas encontraram seus destinos ao serem vencidos em grandes batalhas e memoráveis revoluções que conquistaram a liberdade. Esses tiranos cruéis estão presos à sentença implacável da história e serão sempre condenados por gerações que saberão das barbaridades que cometeram. A lembrança de seus nomes provoca o horror, a vergonha e o nojo… Genocidas se tornaram exemplos de covardia e crueldade e são considerados a escória da humanidade. Hoje, ocupam seu devido lugar na latrina da história. E assim devem permanecer…

SETOR 2 – A vida que agoniza

A desigualdade, até hoje, não foi vencida e continua a provocar injustiça e opressão. Muitas vidas se perderam e ainda são ceifadas pela violência e pela pobreza. No banquete dos poderosos, não sobra nem migalha que alimente os miseráveis. Malfeitores querem saquear até as reservas indígenas, territórios delimitados por aqueles que ocupam quase a totalidade das terras que pertenciam aos povos originários. Queimam a floresta e as aldeias por ganância. A intolerância não respeita nada, nem o lugar da fé. A estupidez só deixa rastros de destruição e tristeza. O preconceito mata, fecha fronteiras e separa famílias. Nos hospitais lotados, a luta contra o fim da vida acontece todos os dias, em todos os cantos do mundo. E, até hoje, a escravidão persiste… Esconde-se nas lavouras de cana-de-açúcar a amargar a boca de quem trabalha pesado, sol a sol, sem descanso. E a sangrar os corpos pretos de quem apanha e sacode nos camburões. A força dos que vencem a morte é a esperança do recomeço, de um mundo sem desigualdade, sem miséria, sem tortura.

SETOR 3 – Nas Avenidas, lutamos pela vida!

Em nome dos que lutam contra o racismo e já cruzaram essas ruas clamando por liberdade, não pise nesse asfalto berrando palavras de ódio. O que vocês disseminam é crime! Em homenagem às corajosas mulheres que conquistaram a igualdade de direitos, levantamos as nossas bandeiras! Por todos que lutaram contra as ditaduras assassinas de regimes militares… Pelos que morreram pela liberdade… Aos que depuseram suas armas, entreguem flores… Contra a brutalidade e o preconceito, caminhamos juntos lutando pelo respeito às diferenças… Que o futuro seja de educação para todos… Por tudo isso, os Gaviões ocupam as avenidas, pela democracia!

Foi preciso muita luta, revoltas e revoluções, para se conquistar a liberdade, a democracia e os sonhos, outra vez. Em 2021, o som que ecoa na Avenida é o canto pela vida. Nenhum passo atrás, nenhum direito a menos. É tempo de reconquistar, de avançar em direção a um futuro sem fome, sem miséria, sem violência. O canto dos Gaviões da Fiel é um aviso aos que alimentam o desrespeito, o racismo e a opressão. E aos que não entenderam que todo poder emana do povo para que possamos construir uma sociedade livre, justa e solidária, diremos: “Saiam do caminho!”. Os Gaviões vão passar e ocupar a Avenida! E os que semeiam o ódio e a mentira não passarão… Basta!

** Este texto não necessariamente reflete, a opinião do Planeta Samba

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