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PROSA DO FOLIA: Pedro Figueiredo, 2º Mestre-sala da Porto da Pedra
Além do Tigre de São Gonçalo, ele defende o primeiro pavilhão do Arrastão de Cascadura, Jardim Bangu e Império da Zona Norte, na Intendente Magalhães. Hoje é dia de PROSA DO FOLIA com Pedro Figueiredo, 2º Mestre-sala da Porto da Pedra.
Quem é o Pedro Figueiredo?
– Sou formado em Engenharia Mecânica pelo CEFET/RJ, trabalho no setor de energia há 12 anos e sou apaixonado por história do Brasil (meu passatempo é estudar sobre o tema, mesmo não sendo minha área de atuação). Competi muitos anos jogando Xadrez, chegando a ganhar alguns campeonatos.
Como começou a sua história no carnaval?
– Meu padrinho, Ary do Cavaco, era Presidente da Ala de Compositores da Portela e cismou que eu e minha irmã formaríamos um bom casal de mestre-sala e porta-bandeira. Ele nos levou para o projeto Madureira toca, canta e dança, do Mestre Galo, na Portela.
Por quais escolas você já passou?
– Arranco do Engenho de Dentro, Em Cima da Hora, Arame, União de Jacarepaguá, Novo Império, Império da Zona Norte, Arrastão de Cascadura e Unidos do Porto da Pedra. Dente as mirins, passei pela Golfinhos da Guanabara e Mel do Futuro. Fora do Rio, defendi a Acadêmicos do Lagomar (Macaé), União das Cores (Juiz de Fora), Experimenta da Ilha da Conceição (Niterói) e Vem me Ver (São João Del Rei).
Você estreou na Porto da Pedra em 2022, como surgiu esse convite?
– O convite partiu da Gesieli Monerat, mãe da Gabriella, com quem fiz minha estreia na Porto.
E já para 2023 foi promovido a segundo Mestre-sala. Que balanço você faz desse carnaval pós pandemia e com um resultado tão satisfatório?
– O carnaval pós pandemia foi mágico. Reencontrar os amigos, o público, e a comunidade, foi emocionante. Acredito que ninguém irá esquecer. O balanço que eu faço é extremamente positivo. Alcançamos o vice campeonato e fizemos um desfile histórico. Não esperava ser promovido ao cargo de segundo, fiquei muito feliz com essa oportunidade que a família Montibelo me deu.
Você tem grandes passagens e ainda atua na Intendente Magalhães. Que aprendizado você tira desses anos e que traz até hoje com você na Sapucaí?
– Eu comecei desfilando já na Sapucaí, em uma outra realidade e com um leque de possibilidades. Quando passei a desfilar na Intendente, tive contato com um modo de se fazer carnaval totalmente diferente. A Intendente me ensinou a ter um senso de responsabilidade muito grande com o meu trabalho. Entendi que eu era o único responsável pelo meu desenvolvimento. Que nem sempre a escola teria dinheiro para me vestir/calçar, nem sempre teria ensaios na quadra (muitas não realizam ensaios regulares) ou suporte técnico. Mas, a despeito disso tudo, eu deveria ser fiel com o que eu projetava para a minha carreira. Me ensinou a dar o meu máximo, independente do grupo.
Quais são as suas inspirações no mundo do samba?
– No que diz respeito a caráter e personalidade, sempre me espelhei na Alessandra Bessa, ex porta-bandeira do Arranco, Portela e Porto da Pedra. Uma amiga querida, que em ensinou muito. Na parte técnica, como mestre-sala, sempre me encantei com o Charles Eucy, ex primeiro mestre-sala do Império, Mestre Delegado, Ronaldinho e Mestre Carlinhos Brilhante. Essas são minhas referências.
Qual seu carnaval e samba-enredo mais marcante?
– Vai ser difícil algum carnaval superar o de 2022. O vice campeonato da Porto, tudo que ele representou num ano pós pandemia, falando de uma mulher negra e revolucionária como mãe Stella, vão estar pra sempre no meu coração. Sem dúvidas, meu carnaval mais marcante.
O que o Pedro de hoje falaria para o Pedro de 10 anos atrás?
– Pra ser mais político. Ter mais serenidade em relação a algumas decisões que eu tomei. Nem tudo no samba tem a ver com talento, e eu acreditava nisso. Eu continuo achando que talento é importante, mas não negligencio a realidade, e como a máquina funciona.
Para finalizarmos, deixe seu recado para os admiradores do seu trabalho.
– Eu gostaria de agradecer por todo apoio, por toda palavra de incentivo. A vida de um casal de mestre-sala e porta-bandeira é cercada de cobrança e tensão, mas os amigos e admiradores ajudam a aliviar o fardo. Deixo aqui um abraço para as comunidades que eu tenho a honra de defender. Reafirmo o meu compromisso de sempre dar meu máximo.
** Este texto não necessariamente reflete, a opinião do Planeta Samba
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